HOMEM PERFEITO
Eu busquei , por entre os homens , um homem direito.
Aquele que fosse um tanto perfeito.
Um homem que amasse as pequenas coisas
Que visse nas flores, a presença de DEUS .
Eu busquei por entre as ruas, entre a multidão
Um homem que canta e não tem solidão
Um sorriso, a vida e muita paixão.
Encontrei em cada esquina, um homem sonhando
Em cada esquina, um homem chorando
Um homem sozinho, entre a multidão.
Eu busquei, por entre as montanhas um pássaro raro
Com canto de paz, voar altaneiro
Uma flor que exalasse, um perfume infinito.
Encontrei, o homem que busco,
Por entre as montanhas.
No canto do pássaro, na flor, no perfume
Na relva, no lago, em toda a natureza .
Esse homem é o mesmo homem
Que aqui já esteve, e sempre estará
Nessa multidão, em cada esquina
No choro, no sonho, e no coração.
AGRADECIMENTOS
Esse mundo, essa terra, esse planeta enfim .
Esse homem, esse homem, essa natureza
Esse dia, essa noite, essa lua, esse sol
Essa estrela que brilha, esse rio, esse mar .
Essa vida, essa vida, esse meu criador
Obrigado meu pai, pelo seu amor.
Obrigado meu pai pelo meu saber,
E que tudo na vida eu possa entender.
Obrigado meu pai, por mais um dia,
Pela saúde e pela alegria.
Pela sinfonia do cantar dos pássaros,
No entardecer e no raiar do dia.
Obrigado meu pai pelo homem bom,
Que respeita a vida e ama seu irmão.
Obrigado meu pai pelos pantanais,
Pelas garças brancas e os animais
Pelas águas das chuvas, pelas águas dos rios,
Que banham as terras secas do sertão.
Obrigado meu pai pelo homem do campo
Que semeia o trigo e colhe o pão
Obrigado meu pai pelo trabalhador,
Com seu suor, sustenta a nação.
EM BUSCA DE PAZ
Eu vi uma lua cinzenta,
Uma luz ofuscante,
Uma estrela apagando,
E a criança chorando.
Eu vi uma luz que descia,
Uma luz que subia,
Infinita fileira,
E uma neve vermelha.
Vi o homem , matando o homem,
Matando a terra , fazendo guerra.
E a tristeza nos olhos do mundo,
Um choro abafado, um homem calado.
Pelos caminhos a paz tão distante,
E o homem errante mata o irmão.
Quantas famílias perdidas sem rumo,
Caindo por terra, e sem direção.
É preciso que o homem enxergue,
Uma luz de amor, no horizonte.
E jogue as armas por terra,
Que busque a paz, não faça a guerra.
É preciso ver a lua brilhando
Uma estrela distante
E a criança sorrindo.
PLANETA ESCOLA
Neste planeta a gente vive tão feliz
É nosso lar, é nosso lar, nossa mãe terra
É nossa escola que ensina o Be a Ba
Uma cartilha onde aprendemos a amar.
Amar o colibri e a flor
O gesto simples de uma criança.
Que é hora de semear amor
Amar o velho, o jovem e a infância.
Esta escola ensina a viver
Em harmonia com a criação
Mas é difícil o homem entender,
Difícil aprender essa lição.
O homem mata o homem, seu irmão.
Não respeita nem os animais
Destrói a vida com poluição
Faz guerra por um pedaço de chão.
Mãe terra pede em lágrimas e dor
Que não destrua a vida e o amor
E em soluços ela desabafa
Que respeite então seu criador.
PAZ NO TRÂNSITO
Você motorista, preste atenção.
No que vou falar e dizer então.
Nas rua e estradas, volante na mão.
Você motorista preste atenção.
A velocidade mata como a guerra
Pedestre na rua tem o seu direito.
De andar sem temor a morrer desse jeito,
Não corra não mate, tenha mais respeito.
O álcool é o seu maior inimigo,
Sempre tira a vida de um grande amigo.
Você motorista, preste atenção,
Não corra não mate, não sofra então.
A estrada as vezes é tão traiçoeira
Nunca ultrapasse de qualquer maneira.
Preste atenção que vem uma criança
Atravessando a rua, sem qualquer lembrança.
Faço um apelo a todo motorista
Preste atenção, não seja egoísta.
Sua vida tem, muito valor.
Trate outras vidas com bastante amor.
A paz no trânsito é importante
Respeite a vida a todo instante
Nas ruas e estradas, volante na mão
Você motorista preste atenção.
MATO GROSSO DO SUL
Mato grosso do Sul
Terra de boa gente.
Um passado de glórias
E um povo presente.
Nos versos dessa história,
Terra dos pantanais,
Riquezas minerais,
Homem trabalhador.
Mato Grosso do Sul
Nos seus campos, trigais
Como um verde tapete,
O homem planta mais.
Semente de esperanças
Que fecunda na terra,
Brota no coração,
Nosso estado não erra.
Mato Grosso do Sul,
Rio Verde e Bonito, belezas naturais,
Miranda e Aquidauana,
Portal dos pantanais.
Mato Grosso do Sul
Enriquece o país,
É de portas abertas
E um povo feliz.
HOSPITAL
Vinte horas, marcava o relógio na parede branca.
Cartazes de informação.
A música de fundo me chamava à realidade,
Me envolvendo num dinamismo mental e infernal.
Microfone anunciava entre tantas paredes,
A quem circulava nos corredores.
Me envolvia em desespero,
Até que aquela música me despertava novamente.
Nenhum corredor me levaria à ela,
Todos se davam num vestíbulo,
Onde uma enfermeira toda de branco,
Cheirando a clorofórmio, me barrava.
Uma máquina com seu tic-taç
Jogava letras e mais letras
E me zunia como se fosse enxame de abelhas.
E o relógio restava dependurado, inerte,
Como se o tempo houvesse parado.
No terceiro andar ela estava dividida
Entre elevadores e escadarias
Como se fossem grades de ferro.
PRISIONEIRO DA TERRA
Povo de minha terra.
Terra de meu povo.
O suor desce por sua face,
E você diz que está cansado.
Povo de minha terra,
É a terra que te enterra.
Você não cansa nunca,
É apenas prisioneiro.
Hei! povo de minha terra.
Terra que não tem povo.
Povo que mata a terra,
Terra que cansa o povo.
Abre a terra pra virar boca
Povo de minha terra.
Feche a boca pra virar terra
Mas não diz que está cansado.
NOITE FRIA
A cidade adormecida
Se envolve no lençol da escuridão.
Fecha os olhos dos prédios da avenida
E procura dormir plantado ao chão.
Espanta o frio na face pálida da lua,
Que as nuvens se agasalham enluaradas.
E espia o que se passa nessa rua.
Rua da sombra!
Rua do lixo!
Rua dos homens desamparados!
Rua do roubo!
Rua do vício!
E de moleques de pés no chão.
Rua das moscas e de monturos.
Rua da fome.
Rua das crenças tuberculosas.
Rua da morte.
TEMPO DE INFÂNCIA
(Ao meu querido pai)
Me lembro com tristeza da porteira velha,
Com oco e ninho de pica-pau.
Lá em baixo a casa de minha infância,
E ao lado o grande curral.
Lembro do meu pai, que todas as manhãs
Me mandava pra escola aprender o be, a, ba.
Ele que de sol a sol, trabalhava sem parar.
Que saudade tenho de meu tempo de criança,
De correr nos pastos, subir nas árvores,
Fazer macaquice.
Que saudade tenho pai,
De quando ralhava com minhas peraltices.
E as estórias que à noite você contava,
Do pomar, da gruta e dos animais que criava.
Tudo se passou a tanto tempo,
Mas me recordo dos frutos que eu comia.
A figueira que sempre me escondia,
Do cavalo baio, que as vezes eu corria.
Está distante, tão calado,
Mas nem tudo acabado.
Resta-me ainda a memória da infância,
As vezes ainda me pareço criança.
Há também a fantasia de suas estórias, pai
E o sabor dos frutos do pomar.
Ah! Me resta também você pai,
Em minha memória.
PRIMAVERA
O amanhecer de um dia de sol.
O cantar de um pássaro no galho da palmeira.
O voar nefasto da borboleta,
Se misturando às cores do jardim.
É hora de badalar s sinos da torre alta,
E avisar de sua chegada, ó rainha.
Que vem esbeltar as rosas,
Dizer dos cravos, os belos,
E das tulipas, as princesas.
E dizer de todas as flores, que é chegada a hora,
De abrir as janelas,
E deixar entrar o brilho da natureza.
Que é hora de iluminar as fontes,
E dos vales se misturarem aos verdes das matas.
E ouvir o mugido dos símios,
E dos estrondos das cascatas.
E do nascer de um broto e de um botão.
E do nascer de uma flor.
ÁRVORE
Terra abençoada,
Acolheste as sementes trazidas ao vento.
De tão pequenina que era, nem os olhos a fitavam.
Caia em noite fria, um chuvisco em silêncio.
E em silêncio ainda, a pequenina semente,
Achou chegar a hora, e despertou.
Se abriu em partes tão iguais e germinou.
Dela, apontou um minúsculo pendão de cor indefinida.
Abraçou ao vento e ao tempo,
Fez dela frondosa.
Gigantesca por natureza,
Esplendida pela beleza.
E que em tantas primaveras,
Exalou ao longe, o sensível perfume.
Até que murchaste a flor,
De um brilho amarelo.
Por tantos outonos,
A árvore esbelta, devolve à terra
O que dela morre.
Fortalece o humos que depois dará o seu sustento,
Para que em muitos verões,
Possa dar assento e oferecer seus deliciosos frutos,
E agasalhar os pássaros,
Em tantos invernos.
CIDADE MORENA
De longe trazia
Em cansaço e espera,
Em tempo tão longe,
Um desejo nascia.
Buscar horizontes
Esquecidos em mapas,
Trilhando caminhos,
Nascentes e fontes.
Em tempo primeiro,
Pisou nessa terra,
Talvez em outono
Quem sabe em janeiro?
Antigas campinas.
De um tanto perfil.
Sonhou o homem,
Enriquecer o Brasil.
Em nascente pequena,
Nasceu o arraial.
Em distrito e vila,
Cresceu a morena.
Cidade frondosa,
De um povo viril.
Morena formosa,
Coração do Brasil.
RIO DA MORTE
O grande rio, se formou de um riacho
De uma nascente qualquer
Daquele morro
Em suas águas que outrora cristalinas
Onde o homem pescador, sobreviveu
Bando de aves que ali pousava sempre
O majestoso tuiuiú, e o martim - pescador.
E as revoadas, garças brancas como plumas
E peixe em abundância
Onde o homem ribeirinho
Tirava o seu sustento
Até que um dia, a consciência do homem
Transformou-se em ganância
Fez das águas cristalina
Turvas como a solidão.
Já não se via, revoadas, garças brancas
Foi embora o tuiuiú, morre o peixe dia a dia.
O grande rio se transformou em rio da morte
Rio sem peixes, rio sem porte, águas de poluição.
Só a tristeza, moradia destas bandas
E um sol arrefecido, suporta esse lugar
O homem mata, destrói toda a natureza
Transformando essa beleza na mais pura solidão.
SAUDADES
Lá vou eu de novo rabiscar,
Brincar com papel rasgado
Com letras dizer te amar.
Novamente de caneta na mão
Vou dizer de você meu amor,
A saudade que sinto então.
Foste embora de madrugada
No despertar da alvorada
Pássaros cantaram em silêncio,
Respeitando a dor que me austerizava.
Daí, o sol que viria nesse dia de tristeza,
Negou-se a iluminar.
E com luz arrefecida,
Foi-se embora com certeza.
Pardais que ali cantavam,
Saltaram de galho em galho
E num voar altaneiro,
Quem sabe para onde rumaram.
E o colibri que veio em meu jardim pousar
Foi-se embora de tristeza,
Ao ver a rosa murchar.
PAI NOSSO
Pai nosso que estais no céu
Que estais na terra, em todo o universo.
Pai nosso, que estais aqui
Entre os homens , os animais e a natureza.
Santificado seja o teu nome
O vosso reino de amor e paz.
E seja feita a tua vontade
Aqui na terra e lá no céu.
O pão nosso de cada dia
Do suor e do trabalho, dai-nos sempre o perdão.
Perdoaremos os que nos ofendem
E amaremos todos os irmãos.
Pai nosso, que estai aqui nos desarmai do desamor.
Pai nosso, nos daí a benção, nos daí a paz e o amor
E nos livrai de todo mal, nos livrai da fome e da tentação.
FLORESTA QUE TE QUERO VERDE
Verdejante floresta,
Escondes em ti os segredos dos duendes.
Em teu seios ocultas belos pássaros.
Correm límpidas águas
E os animais se refugiam em tua relva.
Verdejante floresta,
Tuas estrondosas árvores
Despertam em mim grandes anseios.
Não deixe que aproximem de ti,
Nem que penetrem em teu meio.
Floresta negra, que és chamada,
Pela escuridão de tuas sombras.
A sol posto, rugi os fantasmas entre teus troncos.
É o formoso mugido dos símios.
Aí calas, a solidão de teus segredos.
Quando despertas, verdejante floresta.
Sol a pino, te rouba o orvalho,
Fortalece teu solo,
Te alenta a seiva
E alimenta teus secretos habitantes.
VISÃO
Tardia em mim visão.
Quero ver o sol se por no horizonte.
Não fujas agora,
Deixe-me ver outra vez o clarão da lua,
Se despontando na escuridão da noite.
O brilho das estrelas no alto dos céus,
E a alvorada do amanhã.
Não quero apenas ouvir o cantar dos pássaros,
Deixe-me ver a cor de seu som,
Indo ao encontro do infinito.
Não se afaste agora, visão,
Quero ver a borboleta acariciando a flor,
Permita-me Deus,
Que eu não sinta apenas o molhar das chuvas,
Mas que eu veja o rolar das enxurradas.
E lá em cima, eu possa apreciar as nuvens,
Dançando num balet inconfundível.
Vinde a mim ó luz que brilha.
Vinde a mim, ó luz das estrelas.
IMAGENS
A flor, o pássaro e o rosto,
Tonalizam com fundo branco.
Faz parte de um A, B, C e bico de pena.
Moldurado por linhas retas, adicionava imagens,
De jogo, desejo, sonhos e de poeta.
De carnaval, de guerra, de poema, amor e vida,
De apelo, poesia, gente, do mundo e de sentimento.
Desejo de voar contra o tempo,
Desafiar a guerra e os homens,
E cantarolar entre o verde das matas.
Lutar contra o jogo da vida, pelo amor.
E poetizar os sonhos.
Exalar perfume nas noites tristes,
E desabrochar a cada manhã,
Tonalizando o fundo branco,
Com cores de arco-íris.
TROVADOR
E morreu o poeta,
E a poesia se fez viva com a dor.
A poesia renasce o poeta,
O poeta não morre,
Nem morre o trovador.
RUMORES EM ALTA NOITE
O ladrar de um cão despertou o silêncio daquela noite.
Um galo cantou ao norte da cidade grande.
Nas boates, mulheres da vida bebiam em algazarra.
Num canto da cidade, ladrões roubavam uma loja.
Num outro canto roubavam um banco.
Num terceiro canto, alguém assassinava alguém.
No centro da cidade grande, bêbados e mendigos,
Dormiam em bancos e calçadas.
E no quarto canto da cidade,
Ouvia-se uma sirene.
GIRO
Andando,
Voando,
ou
Amando,
A gente vive sonhando.
Só que amando, penso que estou sonhando.
Quando sonho, pendo que estou amando, andando e voando.
GRITO
Do grito louco à lucidez,
Do meu delírio a sensatez.
Minha loucura já passada,
Mas na lembrança, marcada.
Em meus olhos, a tristeza carnal,
Vendo a todos, lançando o mal.
De minha boca, um sorriso triste,
Sabendo que o mal ainda existe.
Do meu amor, vejo esperanças,
Do passado só lembranças.
Do meu andar, a podridão,
De tanta gente sem coração.
Que na solidão carrega a cruz.
E no escuro, nunca vê a luz.
No seu destino traçado, espinho,
Nunca livre como um passarinho.
Por isso o eco no infinito,
É lançado sempre em grito.
Grito triste que sempre existe.
Grito marcado, grito triste.
Grito rouco!
Grito louco!
CAMPO GRANDE
Aqui chegaram vindo das terras de Minas,
Uma família que até hoje é tradição.
Carro de boi, deixaram muitas trilhas,
Pelo caminho foi formando plantação.
Por muitos meses desbravando essas terras.
Acampamentos num mundo de solidão.
E a saudade dos amigos que ficaram,
A dor no peito que feria o coração.
Buscando novos horizontes esquecidos,
Inexistentes no mapa dessa nação.
Trilhou caminhos muitas nascentes e fontes,
Até chegar no cruzamento de dois rios.
E nessas terras escampadas, pradarias,
Grandes campinas, a família decidiu.
Fincar aqui sua primeira bandeira,
Enriquecer o nosso grande Brasil.
Ai formou-se arraial depois distrito.
Então em vila, e uma cidade juvenil.
Que transformou-se e cresceu bela morena,
Esta cidade de um povo varonil.
Assim cumpriu o destino da família
São imortais bandeirantes do Brasil