CAMPO GRANDE NASCEU ASSIM
2º lugar no concurso "Campo Grande em prosa e verso(2008)
Aqui chegaram vindo das terras de Minas,
Uma família que até hoje é tradição.
Carro de boi e deixaram muitas trilhas,
Pelo caminho foi formando plantação.
Por muitos meses desbravando essas terras.
Acampamentos num mundo de solidão.
E a saudade dos amigos que ficaram,
A dor no peito que feria o coração.
Buscando novos horizontes esquecidos,
Inexistentes no mapa dessa nação.
Trilhou caminhos muitas nascentes e fontes,
Até chegar no cruzamento de dois rios.
E nessas terras escampadas, pradarias,
Grande campinas, a família decidiu.
Fincar aqui sua primeira bandeira,
Enriquecer o nosso grande Brasil.
Ai formou-se arraial depois distrito.
Então em vila, e uma cidade juvenil.
Que transformou-se e cresceu bela morena,
Esta cidade de um povo varonil.
Assim cumpriu o destino da família
São imortais bandeirantes do Brasil
UMA CANÇÃO À MORENA
És formosa e que beleza
Vou fazer-te uma canção.
Sem lamentos e sem tristeza
Do fundo do coração.
Minha terra não é pequena
No seu verde tem mais cor.
Tem o cheiro da morena
Tem o cheiro do amor.
Tem o homem brasileiro
Vindo de todos os lados
Aqui vira hospitaleiro
E seu filho amado.
Campo Grande é essa terra
Terra de boa gente.
Um passado de glórias
E um povo presente.
Nos versos dessa história
É portal dos pantanais.
É morena e rosa ipê
Quem conhece não esquece mais.
É você minha cidade
Quem te deixou sente saudade.
Do teu cheiro de morena
Do teu cheiro de amor.
CIDADE MORENA
De longe trazia
Em cansaço e espera,
Em tempo tão longe,
Um desejo nascia.
Buscar horizontes
Esquecidos em mapas,
Trilhando caminhos,
Nascentes e fontes.
Em tempo primeiro,
Pisou nessa terra,
Talvez em outono
Quem sabe em janeiro?
Antigas campinas.
De um tanto perfil.
Sonhou o homem,
Enriquecer o Brasil.
Em nascente pequena,
Nasceu o arraial.
Em distrito e vila,
Cresceu a morena.
Cidade frondosa,
De um povo viril.
Morena formosa,
Coração do Brasil.
MATO GROSSO DO SUL
Mato grosso do Sul
Terra de boa gente.
Um passado de glórias
E um povo presente.
Nos versos dessa história,
Terra dos pantanais,
Riquezas minerais,
Homem trabalhador.
Mato Grosso do Sul
Nos seus campos, trigais
Como um verde tapete,
O homem planta mais.
Semente de esperanças
Que fecunda na terra,
Brota no coração,
Nosso Estado não erra.
Mato Grosso do Sul,
Rio Verde e Bonito, belezas naturais,
Miranda e Aquidauana,
Portal dos pantanais.
Mato Grosso do Sul
Enriquece o país,
É de portas abertas
E um povo feliz.
Sávio de Oliveira
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UMA AVENTURA NO PANTANAL
MEU 2º LIVRO
JOGO O JOGO E DIGO
Falo de prisão, mas não é xadrez.
Falo de xadrez mas, não é prisão.
A soma das equações dilaceram a minha mente.
Não pertenço à vanguarda
nem transformo música erudita.
Não crio o começo
não existe o meio,
nem tão pouco o término.
Sinto-me poeta
Até a última força de minhas cordas vocais.
Canto em turbilhões de vozes
uma única melodia
até a orlada auto-destruição.
E continuo cantando após a morte.
Sinto-me José,
Pois amo o tudo e possuo a única arma:
O continente... e a palavra.
Jogo o jogo e digo...
Que o verdadeiro poeta
tem vantagens sobre mim.
Ele possui o amor,
Coisa que também possuo.
Nele está a tristeza espiritual
em mim a tristeza carnal.
Mas não sinto o sexo na figura
ou como uma dor de barriga.
Não sou protagonista de festa,
sou apenas a peça.
Sou traído pelo meu próprio corpo,
pela própria mente.
Errei e sinto-me fraco e cansado.
Em cores transparentes
Vejo o que me transformo.
Sinto-me pequeno
Quero o carinho roubado pelas máquinas
Quero generalizar minha sorte.
QUERER
Que me sepultem num lugar onde só...
Mas terei muitos em meu redor.
Levem os pássaros p`ra cantar na alvorada.
E novas cantigas ressoem no entardecer.
Que muitas flores vão colorir aquele lugar.
E que seja sombra p`ra me agasalhar.
E que cantem hinos e orem neste pedaço.
Fazendo dele meu único espaço.
POETA
Ser poeta é mergulhar no mais profundo do ser e se despertar.
É ir de encontro à sua criança e liberta-la.
Ser poeta é amar as flores, sentir o voar dos pássaros e o som da brisa.
Cantar o mais belo dos hinos e velejar em mares calmos e serenos.
Ser poeta é sentir-se muito próximo ao abstrato.
UM CARNAVAL EM ANGICO
Na estrada, uma porteira de varas com dois mourões apenas.
Um riacho de águas límpidas paralelava o caminho.
Lá no fundo, a casa, a bica e a choça onde uma rede se estendia.
Lá embaixo um verde vale que parecia não ter fim onde vários riachos se uniam.
Entre dois montes bem próximo ao horizonte,
uma chuva que parecia mais umas fumaça caia.
E entre dois outros, como se fosse um imenso fogo,
o clarão que descia.
Papagaios passaram cantando um canto de carnaval
e se misturaram ao verde das árvores.
A cachoeira com seu estrondo fantástico
parecia mais um campo de concentração.
Em volta da casa uma água mansa com seu tilinta,
reinava a paz tranqüila como chuvas de verão.
À tardinha o céu se nublou de vez.
O vale continuou imenso e verde.
Os pássaros continuaram nos seus cantos de alvorada.
Na bica, a água caia serena e se deslizava pela ribanceira.
E lá no horizonte, entre dois montes
ainda se avistava um clarão.
SEU POEMA (À Dagmar)
Agora faço seu poema como se rega uma planta.
Faço seu poema como o desabrochar de uma rosa.
Faço seu poema como vejo a noite criança.
Como vejo a lua na semi-claridade de uma madrugada,
entre o tilintar das perdidas estrelas.
Faço seu poema como se fosse a vida se desenrolando dia a dia.
Como se fosse a tarde, cada fim de tarde.
Faço seu poema como se brinca com palavras,
desafiando linhas e papel rasgado.
Faço seu poema como se fosse o sol procurando se abrigar no horizonte.
Faço seu poema, como faço tudo, como faço o tempo, como faço seu poema.
Como se fosse pássaros fazendo no entardecer novas revoadas.
Faço seu poema como se fosse a gente fazendo nova caminhada.
UMA ROSA COM AMOR
Rachando-se com esforço da vida, vi a terra ceder aos poucos
Nasceu dela um broto, a quem a natureza serviu, amamentou.
De pequenino que era com o tempo vi braços de alegria reflorar
Estendendo-se no espaço que a graça lhe sorriu.
Uma vez madura, a planta não deixou de retribuir o dom recebido:
Uma rosa faceira em cujo perfume a brisa se deliciou.
Nesta manhã, quando o sol, rápido aqueceu o coração romântico,
a rosa te sorriu um sorriso inocente que se apagou na sua mão.
Lindo ela chorou da nobreza dos espinhos
Que respeitaram a mão sensível que a ofertou.
Lançando fora a beleza murcha,
Não percebeu a mão distraída,
Que outra flor nasceu,
Da lágrima da mãe que chorou.
APELO
Pântanos, rios e corixos
Belas aves, vida e beleza
Querem destruir os animais
Salvem os animais
Querem destruir os pantanais.
Se nada disso resolver
Nada mais se tem a falar
Tanta gente vai sofrer
Sem ter lugar onde morar.
Salvem os animais.
Salvem os pantanais.
O verde que era verde não tem cor.
O branco que era branco avermelhou
A luza que existia se acabou.
E a escuridão se apoderou.
Vamos salvar os animais.
Vamos salvar os pantanais.
O peixe rio acima se mandou.
O bicho todo o homem matou.
As aves não ficaram para ver.
O lindo pantanal a li morrer.
TOBIAS DO PANTANAL
Tão esquecido do tempo nem sabia quando nascera
Idade não se calculava e a voz já se confundia
Mas, de muito não esquecera.
Num casebre de mata, horas se passavam e p`ra mim ele não mentia.
Disse passagens de sua vida, falou tristezas e alegrias
Contou do rio dos peixes e dos jacarés seus vizinhos
Das cobras do outro lado e de seu filho amado
À beira de um corixo, sem vida e que chorou sobre ele,
Que os pântanos se encheram de lágrimas abafando seus soluços.
Quase no desespero da velhice olhou p`ro alto na esperança
de encontrar um Deus, que se manifestou no esvoaçar suave
de uma garça.
...Ele deveria viver ainda que sozinho
Na doçura das matas
No silêncio dos pântanos
No silêncio da paz.
TUA POESIA (Lino Vilachá)
Na tua poesia vejo
o tema e o lema
da dor, da cor, do amor.
Amargura, doçura, ternura,
lembrança, esperança.
Jardim de flores coberto.
Flores das mais lindas.
Brancas, amarelas, azuis, rosas...
E você num sorriso, reunindo todas as cores
desse arco-íris terrestre,
que é o jardim de sua poesia.
Tua poesia leva
Numa corrida fantástica o teu corpo
sobre uma cadeira de rodas, mas
tua alma, a esvoaçar feliz.
E no bosque encantado...
Onde finda tua corrida...
tua mão joga pedrinhas nos peixes
de um rio de águas cristalinas
enquanto tua essência de poeta
confabula com as maravilhas astrais
do universo.
KURUMIM
Caminhos tortos, casas abafadas, perdidos.
Tentando se achar entre
um formigueiro de formigas
inteligentes, misturadas
na palha,no jogo.
E a certeza do amanha,
O encontro
envolvendo num dinamismo constante,
a mesa, entre as folhas, livros e cadernos.
E os gritos, gritos, gritos
entre pensamentos corroídos
e sonhos bonitos
e cheirando cola, cola, cola.
Misturados a uma vontade secreta de ter.
Com borrões nas paredes,
palavras marcadas e pés no chão.
Briga, discussão, espinho na mão.
Mas cada dia, cada fim de tarde
Levo a vontade e a certeza
de colher flores desse jardim.
MUNDO INFANTIL, UMA ESCOLA PARA ADULTOS
Deixei que as crianças entrassem
por um muro sem portas,
nestas portas sem muros.
Tirei meus pés do caminho para
que eles não servissem como obstáculos.
E eles me ensinaram a levantar muralhas sem pilares.
Deixei que me experimentassem
uma a uma até que sentissem
a verdade de minhas intenções.
Até que minha presença
fosse justificada em seu meio,
deixei que me criticassem,
como se eu mesmo fosse o erro
e devesse nele me censurar ou me calar.
Deixei, então que me ensinassem sendo eu
um simples joguete de sua sabedoria.
Aprendi...aprendi...aprendi.
como se estivesse numa escola
e me fosse ensinado problema por problema
com soluções e mais soluções.
Nas suas desavenças aprendi o bem que existe.
Nas palavras, que mesmo agressivas
vem carregadas de sentimentos.
Na revolta tem o amor,
na rebeldia, a dor,
nos sonhos, muitas flores
que se abrirão num dia de sol.
SETE DE SETEMBRO
Naquele dia, na beira de um rio
Um homem se aproximou e pro alto olhou.
De sua garganta um grito se ouviu
Era o fim de um império e o começo do Brasil.
Pois tão longe ecoou
Sua voz no infinito
Independência ou morte
Ouviu-se de um grito.
Em todos os cantos dessa nação
Criou-se em rimas uma canção
De um grito distante cheio de glória
Abre-se a primeira página de nossa história.
Falo de prisão, mas não é xadrez.
Falo de xadrez mas, não é prisão.
A soma das equações dilaceram a minha mente.
Não pertenço à vanguarda
nem transformo música erudita.
Não crio o começo
não existe o meio,
nem tão pouco o término.
Sinto-me poeta
Até a última força de minhas cordas vocais.
Canto em turbilhões de vozes
uma única melodia
até a orlada auto-destruição.
E continuo cantando após a morte.
Sinto-me José,
Pois amo o tudo e possuo a única arma:
O continente... e a palavra.
Jogo o jogo e digo...
Que o verdadeiro poeta
tem vantagens sobre mim.
Ele possui o amor,
Coisa que também possuo.
Nele está a tristeza espiritual
em mim a tristeza carnal.
Mas não sinto o sexo na figura
ou como uma dor de barriga.
Não sou protagonista de festa,
sou apenas a peça.
Sou traído pelo meu próprio corpo,
pela própria mente.
Errei e sinto-me fraco e cansado.
Em cores transparentes
Vejo o que me transformo.
Sinto-me pequeno
Quero o carinho roubado pelas máquinas
Quero generalizar minha sorte.
QUERER
Que me sepultem num lugar onde só...
Mas terei muitos em meu redor.
Levem os pássaros p`ra cantar na alvorada.
E novas cantigas ressoem no entardecer.
Que muitas flores vão colorir aquele lugar.
E que seja sombra p`ra me agasalhar.
E que cantem hinos e orem neste pedaço.
Fazendo dele meu único espaço.
POETA
Ser poeta é mergulhar no mais profundo do ser e se despertar.
É ir de encontro à sua criança e liberta-la.
Ser poeta é amar as flores, sentir o voar dos pássaros e o som da brisa.
Cantar o mais belo dos hinos e velejar em mares calmos e serenos.
Ser poeta é sentir-se muito próximo ao abstrato.
UM CARNAVAL EM ANGICO
Na estrada, uma porteira de varas com dois mourões apenas.
Um riacho de águas límpidas paralelava o caminho.
Lá no fundo, a casa, a bica e a choça onde uma rede se estendia.
Lá embaixo um verde vale que parecia não ter fim onde vários riachos se uniam.
Entre dois montes bem próximo ao horizonte,
uma chuva que parecia mais umas fumaça caia.
E entre dois outros, como se fosse um imenso fogo,
o clarão que descia.
Papagaios passaram cantando um canto de carnaval
e se misturaram ao verde das árvores.
A cachoeira com seu estrondo fantástico
parecia mais um campo de concentração.
Em volta da casa uma água mansa com seu tilinta,
reinava a paz tranqüila como chuvas de verão.
À tardinha o céu se nublou de vez.
O vale continuou imenso e verde.
Os pássaros continuaram nos seus cantos de alvorada.
Na bica, a água caia serena e se deslizava pela ribanceira.
E lá no horizonte, entre dois montes
ainda se avistava um clarão.
SEU POEMA (À Dagmar)
Agora faço seu poema como se rega uma planta.
Faço seu poema como o desabrochar de uma rosa.
Faço seu poema como vejo a noite criança.
Como vejo a lua na semi-claridade de uma madrugada,
entre o tilintar das perdidas estrelas.
Faço seu poema como se fosse a vida se desenrolando dia a dia.
Como se fosse a tarde, cada fim de tarde.
Faço seu poema como se brinca com palavras,
desafiando linhas e papel rasgado.
Faço seu poema como se fosse o sol procurando se abrigar no horizonte.
Faço seu poema, como faço tudo, como faço o tempo, como faço seu poema.
Como se fosse pássaros fazendo no entardecer novas revoadas.
Faço seu poema como se fosse a gente fazendo nova caminhada.
UMA ROSA COM AMOR
Rachando-se com esforço da vida, vi a terra ceder aos poucos
Nasceu dela um broto, a quem a natureza serviu, amamentou.
De pequenino que era com o tempo vi braços de alegria reflorar
Estendendo-se no espaço que a graça lhe sorriu.
Uma vez madura, a planta não deixou de retribuir o dom recebido:
Uma rosa faceira em cujo perfume a brisa se deliciou.
Nesta manhã, quando o sol, rápido aqueceu o coração romântico,
a rosa te sorriu um sorriso inocente que se apagou na sua mão.
Lindo ela chorou da nobreza dos espinhos
Que respeitaram a mão sensível que a ofertou.
Lançando fora a beleza murcha,
Não percebeu a mão distraída,
Que outra flor nasceu,
Da lágrima da mãe que chorou.
APELO
Pântanos, rios e corixos
Belas aves, vida e beleza
Querem destruir os animais
Salvem os animais
Querem destruir os pantanais.
Se nada disso resolver
Nada mais se tem a falar
Tanta gente vai sofrer
Sem ter lugar onde morar.
Salvem os animais.
Salvem os pantanais.
O verde que era verde não tem cor.
O branco que era branco avermelhou
A luza que existia se acabou.
E a escuridão se apoderou.
Vamos salvar os animais.
Vamos salvar os pantanais.
O peixe rio acima se mandou.
O bicho todo o homem matou.
As aves não ficaram para ver.
O lindo pantanal a li morrer.
TOBIAS DO PANTANAL
Tão esquecido do tempo nem sabia quando nascera
Idade não se calculava e a voz já se confundia
Mas, de muito não esquecera.
Num casebre de mata, horas se passavam e p`ra mim ele não mentia.
Disse passagens de sua vida, falou tristezas e alegrias
Contou do rio dos peixes e dos jacarés seus vizinhos
Das cobras do outro lado e de seu filho amado
À beira de um corixo, sem vida e que chorou sobre ele,
Que os pântanos se encheram de lágrimas abafando seus soluços.
Quase no desespero da velhice olhou p`ro alto na esperança
de encontrar um Deus, que se manifestou no esvoaçar suave
de uma garça.
...Ele deveria viver ainda que sozinho
Na doçura das matas
No silêncio dos pântanos
No silêncio da paz.
TUA POESIA (Lino Vilachá)
Na tua poesia vejo
o tema e o lema
da dor, da cor, do amor.
Amargura, doçura, ternura,
lembrança, esperança.
Jardim de flores coberto.
Flores das mais lindas.
Brancas, amarelas, azuis, rosas...
E você num sorriso, reunindo todas as cores
desse arco-íris terrestre,
que é o jardim de sua poesia.
Tua poesia leva
Numa corrida fantástica o teu corpo
sobre uma cadeira de rodas, mas
tua alma, a esvoaçar feliz.
E no bosque encantado...
Onde finda tua corrida...
tua mão joga pedrinhas nos peixes
de um rio de águas cristalinas
enquanto tua essência de poeta
confabula com as maravilhas astrais
do universo.
KURUMIM
Caminhos tortos, casas abafadas, perdidos.
Tentando se achar entre
um formigueiro de formigas
inteligentes, misturadas
na palha,no jogo.
E a certeza do amanha,
O encontro
envolvendo num dinamismo constante,
a mesa, entre as folhas, livros e cadernos.
E os gritos, gritos, gritos
entre pensamentos corroídos
e sonhos bonitos
e cheirando cola, cola, cola.
Misturados a uma vontade secreta de ter.
Com borrões nas paredes,
palavras marcadas e pés no chão.
Briga, discussão, espinho na mão.
Mas cada dia, cada fim de tarde
Levo a vontade e a certeza
de colher flores desse jardim.
MUNDO INFANTIL, UMA ESCOLA PARA ADULTOS
Deixei que as crianças entrassem
por um muro sem portas,
nestas portas sem muros.
Tirei meus pés do caminho para
que eles não servissem como obstáculos.
E eles me ensinaram a levantar muralhas sem pilares.
Deixei que me experimentassem
uma a uma até que sentissem
a verdade de minhas intenções.
Até que minha presença
fosse justificada em seu meio,
deixei que me criticassem,
como se eu mesmo fosse o erro
e devesse nele me censurar ou me calar.
Deixei, então que me ensinassem sendo eu
um simples joguete de sua sabedoria.
Aprendi...aprendi...aprendi.
como se estivesse numa escola
e me fosse ensinado problema por problema
com soluções e mais soluções.
Nas suas desavenças aprendi o bem que existe.
Nas palavras, que mesmo agressivas
vem carregadas de sentimentos.
Na revolta tem o amor,
na rebeldia, a dor,
nos sonhos, muitas flores
que se abrirão num dia de sol.
SETE DE SETEMBRO
Naquele dia, na beira de um rio
Um homem se aproximou e pro alto olhou.
De sua garganta um grito se ouviu
Era o fim de um império e o começo do Brasil.
Pois tão longe ecoou
Sua voz no infinito
Independência ou morte
Ouviu-se de um grito.
Em todos os cantos dessa nação
Criou-se em rimas uma canção
De um grito distante cheio de glória
Abre-se a primeira página de nossa história.
Grande poeta!
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